Olá pessoas queridas!
Na postagem de hoje, prosseguiremos abordando como temática a educação, com foco na educação grega. Salientamos que como fonte para esse estudo, utilizamos Aranha (1996) e Luzuriaga (1990).
Boa leitura!
De
acordo com Aranha (1996) na antiguidade, a Grécia se compõe de diversas
regiões, que com o tempo constituem as cidades-estados. As diferentes cidades
têm em comum o idioma e a religião, além de similaridades nas instituições
sociais e políticas.
Os gregos
se distinguiam dos demais povos determinando sua pátria de Hellás, ou Hélade, a si
mesmos de helenos e aos outros, pejorativamente, de “bárbaros”. Só mais tarde
os latinos passaram a usar o nome de Graii,
de que deriva Graecia.
Por volta
do século VIII a.C., a escrita já se encontra suficientemente desligada de
preocupações religiosas, sendo utilizada para facilitar a administração dos negócios.
Data dessa época a invenção da moeda, com a qual é superada a economia natural,
baseada em trocas.
Os povos
da antiguidade oriental não dispõem de uma reflexão especialmente voltada para
a educação, porque esse saber e essa prática se encontram vinculados às
tradições religiosas recebidas dos ancestrais. Decorre daí o caráter tradicionalista
da educação, ocupada com a transmissão do saber do passado, o que a torna
rígida e estática. Tratando-se de sociedades teocráticas, a educação não se
separa da religião, e o escriba, o sacerdote ou o mago são os depositários
desses valores.
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Na
Grécia clássica, as explicações predominantemente religiosas são substituídas
pelo uso da razão autônoma, da inteligência crítica e pela atuação da
personalidade livre, capaz de estabelecer uma lei humana e não mais divina. A ênfase
no passado é deslocado para o futuro: o homem não está preso a um destino
traçado, mas é capaz de projeto, de utopia.
Luzuriaga
(1990) classifica os traços característicos da cultura grega. Segundo o autor,
elas são os seguintes:
- O descobrimento do valor humano, do homem em si, da personalidade, independentemente de toda autoridade religiosa ou política;
- O reconhecimento da razão autônoma, da inteligência critica, libertada de dogmas ou considerações extrínsecas;
- A criação da ordem, da lei, do cosmos, tanto da natureza como na humanidade;
- A criação da vida cidadã, do Estado, da organização política;
- A criação da liberdade individual e política dentro da lei e do Estado;
- A invenção da poesia épica, da história, da literatura dramática, da filosofia e das ciências físicas;
- O reconhecimento do valor decisivo da educação na vida social e individual;
- A consideração da educação humana em sua integridade: física, intelectual, ética e estética;
- Princípio de competição e seleção dos melhores, na vida e na educação.
Além disso, o citado autor afirma que na história grega podem-se distinguir quatro períodos essenciais:
1. A educação heroica, cavalheiresca, representada
pelos poemas homéricos;
2.
A educação cívica, representada por Atenas e
Esparta;
3.
A educação clássica, humanista, representada por
Sócrates, Platão e Aristóteles;
4.
A educação helenística, enciclopédica,
representada pela cultura alexandrina.
Aranha
(1996) conta que por volta do século V a.C. é criada a palavra paidéia, que no inicio significa apenas
criação dos meninos (pais, paidós, “criança”).
Com o tempo, adquire nuanças que a tornam intraduzível.
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A Grécia
clássica pode ser considerada o berço da pedagogia. A palavra paidogos significa literalmente aquele
que condiz a criança (agogós, “que
conduz”), no caso o escravo que acompanha a criança à escola. Com o tempo, o sentido
se amplia para designar toda teoria sobre educação. São os gregos que, ao
discutir os fins da paidéia, esboçam
as primeiras linhas conscientes da ação pedagógica e assim influenciam por séculos
a cultura ocidental.
De
acordo com Aranha (1996), o surgimento da filosofia na Grécia não é um salto
realizado por um povo privilegiado, mas a culminância de um processo que se fez
ao longo de milênios e para o qual concorreram as novidades introduzidas na
época arcaica. São elas: a escrita, a moeda, a lei e a pólis, e o aparecimento
do filosofo. Essas transformações foram responsáveis por uma nova visão que o
homem passa a ter do mundo e de si próprio.
Para
o citado autor, a divisão clássica da filosofia grega se centraliza na figura
de Sócrates, compondo os períodos:
1.
Pré-socrático
(séculos VII e VI a.C.): os primeiros filósofos surgem nas colônias gregas
da Jônia e na Magna Grécia. Ao iniciar o processo de separação entre a
filosofia e o pensamento mítico, ocupam-se com questões cosmológicas sobre os
elementos constitutivos de todas as coisas;
2.
Socrático
ou clássico (séculos V e IV a.C.): dele fazem parte o próprio Socrates,
seus discípulos Platão e posteriormente o discípulo deste, Aristóteles. Os
sofistas e também Isócrates são dessa época;
3.
Pós-socrático
(séculos III e II a.C.): após a morte do imperador Alexandre, tem o inicio
o helenismo e surgem as correntes filosóficas do estoicismo e do epicurismo.
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No período
clássico, os novos mestres são sofistas, sábios itinerantes de todas as partes
do mundo grego e que agora se encontram em Atenas. A palavra sofista,
etimologicamente, vem de sophos, que significa sábio, professor de sabedoria. Contudo,
pejorativamente passou a significar homem que emprega sofismas, ou seja, alguém
que usa de raciocínio capcioso, de má fé, com intensão de enganar.
Enquanto
os primeiros filósofos pré-socráticos ocupam-se sobretudo com a natureza
(physis), os sofistas procedem à passagem para a reflexão propriamente antropológica,
voltando-se para questões de moral e politica. Serão também os responsáveis por
elaborar teoricamente e legitimar o ideal democrático da classe em ascensão, a
dos comerciantes enriquecidos.
Os sofistas
fascinam a juventude com o brilhantismo da sua retórica e se propõem a ensinar a
arte da persuasão, do convencimento, do discurso. São os criadores da educação
intelectual, que vai se tornar independente da educação física e musical, até
então predominantes nos ginásios. Além disso, ampliam a visão de paidéia: de
simples educação da criança passa a ter significado mais abrangente,
estendendo-se à contínua formação do adulto, capaz então de repensar por si
mesmo na cultura do seu tempo. Valorizam a figura do professor e, ao exigir
remuneração, dão destaque ao aspecto profissional de seu tempo.
#A Educação
Conforme
Aranha (1996), de modo geral, a educação grega está constantemente centrada na formação
integral (corpo e espírito). Nos primeiros tempos, quando não existia a
escrita, a educação era ministrada pela própria família, conforme a tradição
religiosa.com o advento da póleis, começaram a surgir as primeiras escolas. No período
clássico, sobretudo em Atenas, a instituição escolar já se encontra
estabelecida.
A educação
física, que antes era predominantemente guerreira, militar, passa a se orientar
sobretudo para os esportes. Nessas escolas de formação mais esportivas que
intelectual, o ensino das letras e cálculos demora um pouco mais para se
difundir. Por volta do século V a.C., porém, já se tornou bem mais frequente.
Em Esparta,
era valorizado as atividades guerreiras e se desenvolvia uma educação severa,
voltada para a formação militar. As crianças permanecem com a família até os
sete anos, quando o Estado passa a oferecer uma educação publica e obrigatória.
Conforme
a criança cresce, aumenta o rigor da aprendizagem e a educação física se
transforma em verdadeiro treino militar. Os jovens aprendem a suportar o frio,
a fome, a dormir com desconforto, a vestir-se de forma despojada. A educação
valoriza a obediência, a aceitação de castigos, o respeito aos mais velhos e
privilegia a vida comunitária.
Ao contrário
dos atenienses, os espartanos não são educados para refinamentos intelectuais,
nem apreciam os debates e longos discursos.
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Na educação
ateniense, ao lado dos cuidados com a educação física, destaca-se a formação
intelectual. No final do século VI a. C., embora o Estado demonstre algum
interesse, o ensino não se torna nem obrigatório nem gratuito e continua
predominantemente sob a iniciativa particular.
A educação
se inicia aos sete anos. Se a criança é do sexo feminino, permanece no gineceu,
parte da casa onde as mulheres se dedicam aos afazeres domésticos. Se é menino,
desliga-se da autoridade materna e inicia a alfabetização e a educação física e
musical.
Com o
tempo, à medida que aumenta a exigência de melhor formação intelectual,
delineiam-se três níveis de educação: elementar, secundaria e superior.
A educação
elementar completa-se por volta dos treze anos. As crianças pobres saem então em
busca de um oficio, enquanto as de família mais ricas continuam seus estudos. Apenas
com os sofistas se inicia uma espécie de educação superior. Eles também se
dedicam a profissionalização dos mestres e à didática, cuidando inclusive da
ampliação das disciplinas de estudo.
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Abraço,
Jeiane Costa.
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Créditos especiais:
LUZURIAGA, Lorenzo. A história da educação e da pedagogia. 18 edição. São Paulo: Editora Nacional, 1990.
ARANHA, Maria Lucia de arruda. História da educação. 2 ed. rec. e atual. São Paulo: Moderna, 1996
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