terça-feira, 23 de outubro de 2018

Para LER e CONHECER: # A educação grega




Olá pessoas queridas!

Na postagem de hoje, prosseguiremos abordando como temática a educação, com foco na educação grega.  Salientamos que como fonte para esse estudo, utilizamos Aranha (1996) e Luzuriaga (1990).


Boa leitura!




De acordo com Aranha (1996) na antiguidade, a Grécia se compõe de diversas regiões, que com o tempo constituem as cidades-estados. As diferentes cidades têm em comum o idioma e a religião, além de similaridades nas instituições sociais e políticas.

Os gregos se distinguiam dos demais povos determinando sua pátria de Hellás, ou Hélade, a si mesmos de helenos e aos outros, pejorativamente, de “bárbaros”. Só mais tarde os latinos passaram a usar o nome de Graii, de que deriva Graecia.

Por volta do século VIII a.C., a escrita já se encontra suficientemente desligada de preocupações religiosas, sendo utilizada para facilitar a administração dos negócios. Data dessa época a invenção da moeda, com a qual é superada a economia natural, baseada em trocas.

Os povos da antiguidade oriental não dispõem de uma reflexão especialmente voltada para a educação, porque esse saber e essa prática se encontram vinculados às tradições religiosas recebidas dos ancestrais. Decorre daí o caráter tradicionalista da educação, ocupada com a transmissão do saber do passado, o que a torna rígida e estática. Tratando-se de sociedades teocráticas, a educação não se separa da religião, e o escriba, o sacerdote ou o mago são os depositários desses valores.



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Na Grécia clássica, as explicações predominantemente religiosas são substituídas pelo uso da razão autônoma, da inteligência crítica e pela atuação da personalidade livre, capaz de estabelecer uma lei humana e não mais divina. A ênfase no passado é deslocado para o futuro: o homem não está preso a um destino traçado, mas é capaz de projeto, de utopia.

Luzuriaga (1990) classifica os traços característicos da cultura grega. Segundo o autor, elas são os seguintes:
  1.        O descobrimento do valor humano, do homem em si, da personalidade, independentemente de toda autoridade religiosa ou política;
  2.     O reconhecimento da razão autônoma, da inteligência critica, libertada de dogmas ou considerações extrínsecas;
  3.          A criação da ordem, da lei, do cosmos, tanto da natureza como na humanidade;
  4.            A criação da vida cidadã, do Estado, da organização política;
  5.          A criação da liberdade individual e política dentro da lei e do Estado;
  6.        A invenção da poesia épica, da história, da literatura dramática, da filosofia e das ciências físicas;
  7.            O reconhecimento do valor decisivo da educação na vida social e individual;
  8.          A consideração da educação humana em sua integridade: física, intelectual, ética e estética;
  9.         Princípio de competição e seleção dos melhores, na vida e na educação.

Além disso, o citado autor afirma que na história grega podem-se distinguir quatro períodos essenciais:

1.     A educação heroica, cavalheiresca, representada pelos poemas homéricos;
2.       A educação cívica, representada por Atenas e Esparta;
3.       A educação clássica, humanista, representada por Sócrates, Platão e Aristóteles;
4.       A educação helenística, enciclopédica, representada pela cultura alexandrina.

Aranha (1996) conta que por volta do século V a.C. é criada a palavra paidéia, que no inicio significa apenas criação dos meninos (pais, paidós, “criança”). Com o tempo, adquire nuanças que a tornam intraduzível.


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A Grécia clássica pode ser considerada o berço da pedagogia. A palavra paidogos significa literalmente aquele que condiz a criança (agogós, “que conduz”), no caso o escravo que acompanha a criança à escola. Com o tempo, o sentido se amplia para designar toda teoria sobre educação. São os gregos que, ao discutir os fins da paidéia, esboçam as primeiras linhas conscientes da ação pedagógica e assim influenciam por séculos a cultura ocidental.




 # A filosofia grega

De acordo com Aranha (1996), o surgimento da filosofia na Grécia não é um salto realizado por um povo privilegiado, mas a culminância de um processo que se fez ao longo de milênios e para o qual concorreram as novidades introduzidas na época arcaica. São elas: a escrita, a moeda, a lei e a pólis, e o aparecimento do filosofo. Essas transformações foram responsáveis por uma nova visão que o homem passa a ter do mundo e de si próprio.

Para o citado autor, a divisão clássica da filosofia grega se centraliza na figura de Sócrates, compondo os períodos:
1.       Pré-socrático (séculos VII e VI a.C.): os primeiros filósofos surgem nas colônias gregas da Jônia e na Magna Grécia. Ao iniciar o processo de separação entre a filosofia e o pensamento mítico, ocupam-se com questões cosmológicas sobre os elementos constitutivos de todas as coisas;
2.       Socrático ou clássico (séculos V e IV a.C.): dele fazem parte o próprio Socrates, seus discípulos Platão e posteriormente o discípulo deste, Aristóteles. Os sofistas e também Isócrates são dessa época;
3.       Pós-socrático (séculos III e II a.C.): após a morte do imperador Alexandre, tem o inicio o helenismo e surgem as correntes filosóficas do estoicismo e do epicurismo.

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No período clássico, os novos mestres são sofistas, sábios itinerantes de todas as partes do mundo grego e que agora se encontram em Atenas. A palavra sofista, etimologicamente, vem de sophos, que significa sábio, professor de sabedoria. Contudo, pejorativamente passou a significar homem que emprega sofismas, ou seja, alguém que usa de raciocínio capcioso, de má fé, com intensão de enganar.

Enquanto os primeiros filósofos pré-socráticos ocupam-se sobretudo com a natureza (physis), os sofistas procedem à passagem para a reflexão propriamente antropológica, voltando-se para questões de moral e politica. Serão também os responsáveis por elaborar teoricamente e legitimar o ideal democrático da classe em ascensão, a dos comerciantes enriquecidos.

Os sofistas fascinam a juventude com o brilhantismo da sua retórica e se propõem a ensinar a arte da persuasão, do convencimento, do discurso. São os criadores da educação intelectual, que vai se tornar independente da educação física e musical, até então predominantes nos ginásios. Além disso, ampliam a visão de paidéia: de simples educação da criança passa a ter significado mais abrangente, estendendo-se à contínua formação do adulto, capaz então de repensar por si mesmo na cultura do seu tempo. Valorizam a figura do professor e, ao exigir remuneração, dão destaque ao aspecto profissional de seu tempo.



#A Educação

Conforme Aranha (1996), de modo geral, a educação grega está constantemente centrada na formação integral (corpo e espírito). Nos primeiros tempos, quando não existia a escrita, a educação era ministrada pela própria família, conforme a tradição religiosa.com o advento da póleis, começaram a surgir as primeiras escolas. No período clássico, sobretudo em Atenas, a instituição escolar já se encontra estabelecida.

A educação física, que antes era predominantemente guerreira, militar, passa a se orientar sobretudo para os esportes. Nessas escolas de formação mais esportivas que intelectual, o ensino das letras e cálculos demora um pouco mais para se difundir. Por volta do século V a.C., porém, já se tornou bem mais frequente.

Em Esparta, era valorizado as atividades guerreiras e se desenvolvia uma educação severa, voltada para a formação militar. As crianças permanecem com a família até os sete anos, quando o Estado passa a oferecer uma educação publica e obrigatória.

Conforme a criança cresce, aumenta o rigor da aprendizagem e a educação física se transforma em verdadeiro treino militar. Os jovens aprendem a suportar o frio, a fome, a dormir com desconforto, a vestir-se de forma despojada. A educação valoriza a obediência, a aceitação de castigos, o respeito aos mais velhos e privilegia a vida comunitária.

Ao contrário dos atenienses, os espartanos não são educados para refinamentos intelectuais, nem apreciam os debates e longos discursos.

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Na educação ateniense, ao lado dos cuidados com a educação física, destaca-se a formação intelectual. No final do século VI a. C., embora o Estado demonstre algum interesse, o ensino não se torna nem obrigatório nem gratuito e continua predominantemente sob a iniciativa particular.

A educação se inicia aos sete anos. Se a criança é do sexo feminino, permanece no gineceu, parte da casa onde as mulheres se dedicam aos afazeres domésticos. Se é menino, desliga-se da autoridade materna e inicia a alfabetização e a educação física e musical.
Com o tempo, à medida que aumenta a exigência de melhor formação intelectual, delineiam-se três níveis de educação: elementar, secundaria e superior.

A educação elementar completa-se por volta dos treze anos. As crianças pobres saem então em busca de um oficio, enquanto as de família mais ricas continuam seus estudos. Apenas com os sofistas se inicia uma espécie de educação superior. Eles também se dedicam a profissionalização dos mestres e à didática, cuidando inclusive da ampliação das disciplinas de estudo.

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                                                                                                                                                             jeianecosta.novel@outlook.com
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Imagem 1 disponivel em <https://universodafilosofia.com/2017/12/educacao-grega-periodo-classico-atenas-esparta/> acesso 23 out 2018
Imagem 2 disponivel em <http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/paideia/educacaoespartana.htm>acesso 23 out 2018
Imagem 3 disponivel em <http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/paideia/conceitodepaideia.htm>acesso 23 out 2018
Imagem  4disponivel em <http://atelierdeducadores.blogspot.com/2010/08/educacao-grega-e-paideia.html>acesso 23 out 2018
Imagem 5 disponivel em <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/importancia-dos-poemas-homero-na-educacao-grega.htm>acesso 23 out 2018
                              




quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Para LER e CONHECER: # A educação nas sociedades do antigo oriente




Olá pessoas queridas!
Na postagem de hoje, prosseguiremos abordando como temática a educação, com foco nos povos do antigo oriente.  Salientamos que como fonte para esse estudo, utilizamos Aranha (1996).



Boa leitura!



A partir do quarto milênio a.C., forma-se no Egito a mais antiga das civilizações, que dura 3000 anos. Além dos egípcios, babilônios, hindus e chineses, outros povos como os medas, persas, fenícios e hebreus constituem civilizações florescentes no segundo e primeiro milênios a.C. e se sucedem nas regiões do Oriente Médio e Oriente Próximo.

Apesar das diferenças entre essas civilizações, todas impõem governos despóticos de caráter teocrático, em que o poder absoluto do rei ou do imperador se sustenta na crença em sua origem divina.
A invenção da escrita é outro traço comum dessas civilizações, fato que não se dissocia do aparecimento do Estado, pois a manutenção da máquina estatal supõe uma classe especial de funcionários capazes de exercer funções administrativas e legais cujo registro é imprescindível.

Desde 3500 a.C. os egípcios fazem inscrições em hieróglifos. Essa escrita é no inicio pictográfica, ou seja, representa figuras e não sons, como a nossa, e só posteriormente adquire características fonéticas. Composta por 600 sinais, o que o torna especialmente difícil, é utilizada pelos escribas, a minoria encarregada de exercer funções para o Estado e que, por isso, goza de condições privilegiada.

Além das inscrições nas pedras de túmulos e monumentos, os egípcios usam madeira e papiro para o registro das atas administrativas, da justiça e para as anotações contábeis nas atividades do comercio.


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Na Mesopotâmia, a escrita cuneiforme também é pictográfica. Mais tarde, porém, passaram a usar os sinais fonéticos. A China sempre manteve a escrita ideográfica, muito complicada e abstrata, em que os sinais gráficos representam ideias e não figuras.

Em 1500 a.C. os fenícios inventaram o alfabeto ou o aperfeiçoaram, não se sabe bem. Os 22 sinais não mais representam ideias, figuras, palavras ou silabas, mas sons que reunidos permitem as mais diferentes combinações, tornando bem mais pratico para o uso e aprendizagem da escrita.

Essa simplificação na escrita contribui para que ela deixe de ser monopólio de uma minoria, perdendo aos poucos o caráter sagrado.
Os gregos assimilaram o alfabeto fenício por volta do século VIII a.C., transmitindo-o posteriormente aos latinos, por meio dos quais chegou até nós.


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#Babilônia
Tem-se poucas informações sobre os métodos educativos da civilização babilônica. No entanto, destaca-se a cultura da poderosa classe sacerdotal, bem como a extrema dificuldade que a escrita cuneiforme oferece aos escribas, incumbidos de ler e copiar os textos religiosos.

Os babilônios constroem bibliotecas, tem amplo conhecimento de astrologia e não descuidam das aplicações do conhecimento, por outro lado, os estudos científicos vem sempre mesclados com magia e adivinhação.



#China
Ao contrário das demais civilizações antigas, cujo saber pertence a uma classe sacerdotal, na China os letrados são os mandarins, altos funcionários de estrita confiança do imperador e responsável pela maquina burocrática do Estado. O sistema de seleção para esse ensino superior é extremamente rigoroso, baseado em exames oficiais que distribuem os candidatos nas diversas atividades administrativas.

A educação elementar visa à alfabetização, muito difícil e demorada devido ao caráter complexo da escrita chinesa. Também é ensinado o calculo e oferecida a formação moral por meio da transmissão dos valores dos ancestrais. Tudo é feito de maneira rigorosa e dogmática, com ênfase nas técnicas de memorização.



#Egito
Nos Egito, as escolas funcionam nos templos e em algumas casas, sendo frequentadas por pouco mais de 20 alunos cada uma. Predomina o processo de memorização e é constante o recurso aos castigos. Além de funcionários administrativos e legais, preparam médicos, engenheiros e arquitetos.

As informações são muito práticas, como o calculo da ração das tropas em campanha, o numero de tijolos necessários para uma construção e complicados problemas de geometria destinados à agrimensura. Extensas listas de plantas e animais indicam grande conhecimento de botânica, zoologia, mineralogia e geografia.


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#Hebreus
Os hebreus estão impregnados da religiosidade e da ação dos profetas, na realidade os seus primeiros educadores. De inicio as sinagogas também servem de local para a instrução religiosa, em que se dizem as verdades da Bíblia.

Os documentos bíblicos tem inestimável interesse histórico e, não somente nos fazem conhecer os valores morais e jurídicos do povo hebreu, como ajudam a compreender as raízes judaico-cristãs da cultura ocidental.

Povo monoteísta. Por estarem mergulhados nas praticas coletivas, os hebreus desenvolvem uma nova ética voltada para os valores das pessoas e para a interioridade moral.



#Índia
Na índia a população é dividida em castas fechadas: os brâmanes (sacerdotes), os xátrias (guerreiros nobres), os vaicias (agricultores e comerciantes) e os sudras (servos dedicados aos serviços considerados mais humildes).

Seguindo tão rígida hierarquia, que predetermina as condições dos casamentos e a escolha de profissões, a educação também é discriminadora, privilegiando os brâmanes. As outras castas podem receber a educação elementar, mas os sudras e os párias dela se acham excluídos.

Além do bramanismo, a educação na Índia foi influenciada pelo budismo, religião fundada no século VI a.C. por Sidarta Gautama. Essa doutrina tem caráter mais espiritualizado e valoriza sobremaneira a relação entre mestre e discípulo.


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Imagem disponivel em < http://professorluizjose.blogspot.com/2013/10/historia-da-educacao-periodo-oriental.html>acesso 17 out 2018


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