sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Para CONHECER: # ESPECIAL: Sobre a Independência do Brasil (1822)




Olá pessoas queridas!

Lembrai, lembrai do sete de setembro
a independência do Brasil e o maior protesto da história do Brasil
Por isso não vejo como esquecer
que venha esta data em todos os anos
nós tornamos independentes.

Paulo Vinicius



Em 1799, com o fim da Revolução Francesa, Napoleão Bonaparte iniciou um período onde ele próprio se colocava como o grande dono do poder, intitulando-se, em 1804, de Imperador.

Com o intuito de destruir a Inglaterra, ele decretou o Bloqueio Continental em 1806, pelo qual proibia as nações europeias de fazer comércio com aquele país. Portugal, todavia, que tinha uma estreita vinculação com a Inglaterra, manteve contato com os ingleses forçando as forças napoleônicas a invadir a península ibérica.

No dia 08 de Março de 1808 a família real portuguesa migrou para o Brasil, fugindo das guerras napoleônicas.

Em 1815, foi criado o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, prenunciando o fim da condição colonial. Sobre esse aspecto, Del Priore (2016) afirma que apesar desse acontecimento, o Brasil continuava mal unificado internamente: “a corte carioca mantinha um controle rígido sobre as capitanias, sobrecarregando-as com encargos fiscais e monopólios. Os colonos, por sua vez, reagiam ao governo do Rio de Janeiro, acumulavam-se criticas aos novos dominadores”.

Após o fim das guerras napoleônicas, a queda do preço do açúcar e do algodão só multiplicou tensões. O aumento de impostos para custear a intervenção militar que valeu a incorporação do Uruguai ao Brasil, como província Cisplatina, contribuiu para o processo de emancipação.


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A Revolução Liberal do Porto, movimento organizado por políticos liberais e militares portugueses (24 de agosto de 1820) - contou também com a participação de integrantes do clero, da nobreza e de pessoas do povo - voltado para a convocação de uma assembleia constituinte, exigia o retorno imediato de d. João à metrópole. O rei voltou ao Reino e aqui deixou como regente o seu filho d. Pedro.

A pressão metropolitana voltou-se para o regente: em 21 de setembro de 1821, um decreto determinava o seu retorno imediato.

D. Pedro resistiu e, em 19 de janeiro de 1822, não acatou ordens no sentido de voltar ao Velho Mundo e declarou: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto: diga ao povo que fico.” Esta efeméride é conhecida como o “Dia do Fico” e para muitos correspondeu a uma verdadeira separação entre Brasil e Portugal.

Em 09 de setembro de 1822, tornou pública sua determinação de permanecer no Brasil, com palavras precisas: “convencido de que a presença de minha pessoa no Brasil interessa ao bem de toda a nação portuguesa, e convencido de que a vontade de algumas províncias assim o requer, demorarei a minha saída até que as Cortes de meu augusto pai deliberem a este respeito, com perfeito conhecimento das circunstâncias que têm ocorrido”.

No mesmo mês, a metrópole nivelou o Rio de Janeiro à condição das demais províncias. O regente revidou e expulsou as tropas lusitanas do Rio de Janeiro. As duas cortes disputaram o poder até que, em setembro de 1822, d. Pedro rompeu com a pátria-mãe, sagrando-se imperador em 12 de outubro do mesmo ano.


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Del Priore (2016) afirma que nenhum jornal da época fez menção ao 07 de setembro: Em cartas aos paulistas, datada do dia 08, o príncipe fala apenas sobre a necessidade de voltar ao Rio de Janeiro em funções de noticias recebidas de Portugal, sem qualquer menção à Proclamação da independência. Em carta dirigida ao pai, em 22 de setembro, não menciona o evento.

Dessa forma, “o grito no Ipiranga” só começou a ganhar força a partir de 1826, com a publicação do testemunho do padre Belchior Pinheiro Ferreira incluindo a data de 07 de setembro no calendário das festividades de independência.

Antes de completados três anos, com a mediação de Inglaterra, no dia 29 de agosto de 1825, no Rio de Janeiro, Portugal reconheceu a independência do Brasil.

Ao emancipar-se de Portugal, pouco se alterou no Brasil. Podemos dizer, basicamente, que o país ganhava autonomia política-administrativa e livre comércio, porém, suas estruturas socioeconômicas permaneciam inalteradas.

Del Priore (2016) explica que d. Pedro criou o “poder moderador”, através do qual se reservava, entre outras prerrogativas, o direito de nomear senadores, dissolver assembleias legislativas, sancionar decretos, suspender magistrados e indicar presidentes de província. Em suma: d. Pedro poderia fazer o que quisesse!

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Dessa foram, o Brasil manteve o regime monárquico (a única monarquia a se consolidar em nosso continente no pós-independência), não alterava sua economia agroexportadora, continuava privilegiando os latifundiários e mantinha a base da mão de obra na escravidão.
Em síntese, o Brasil fazia a independência sem transformar-se. A própria questão da unidade territorial chama a atenção: a América Espanhola fragmentou-se em diversos países (Argentina, Chile, Uruguai, México, Colômbia, etc), enquanto a América Portuguesa formava um único país, o Brasil.



Nota 1:


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Maria Leopoldina, então princesa regente do Brasil, esposa de d. Pedro teve grande importância no processo de separação do Brasil de Portugal, pois, por conta de uma ausência do marido – d. Pedro havia partido para tentar acabar com um conflito em São Paulo -, aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva, assinou o decreto da Independência, declarando o Brasil separado de Portugal. Ela usou seus atributos de chefe interina do governo para fazer uma reunião com o Conselho de Estado, ocasião em que o documento foi assinado.


Após a assinatura do decreto, ela enviou uma carta a D. Pedro para que ele proclamasse a Independência do Brasil. O papel chegou a ele no dia 7 de setembro de 1822, quando D. Pedro proclamou o Brasil livre de Portugal, às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo.

Enquanto aguardava pelo retorno de D. Pedro, Leopoldina, governante interina de um Brasil já independente, idealizou a bandeira do país. Ela foi coroada imperatriz em 1 de dezembro de 1822, na cerimônia de coroação e sagração de D. Pedro I.

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Nota 2:
D. Pedro era músico e tentava promover o patriotismo dos brasileiros durante o processo de Independência. Conheça sobre a sua composição O Hino da Independência clicando AQUI.

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                                                                                                                                                                                                                   jeianecosta.novel@outlook.com
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Créditos especiais:
ALEIXO, José Carlos Brandi. O processo de independência do Brasil e suas relações com os países vizinhos. Disponível em:<http://flacso.org.br/files/2014/12/Padre_Aleixo.pdf>. Acesso 07 set 2018
DEL PRIORE, Mary. História da gente brasileira: volume 2: Império. São Paulo: Le Ya, 2016. p. 10-13.
FREITAS, Caio de. George Canning e o Brasil (Influência da diplomacia inglesa na formação do Brasil). São Paulo: Companhia Editora Nacional. 1958. Ver, particularmente, o volume II, quinta parte, p. 169-426.
Maria Leopoldina assina o decreto da Independência do Brasil. Disponível em: <https://seuhistory.com/hoje-na-historia/maria-leopoldina-assina-o-decreto-da-independencia-do-brasil>.Acesso 07 set 2018
Prof. Bussunda. BRASIL COLÔNIA Independência do Brasil. Disponível em< https://www.mundoedu.com.br/uploads/pdf/5407ba00edfc4.pdf> Acesso 07 set 2018
Revolução Liberal do Porto de 1820.Disponível em:< https://www.suapesquisa.com/historia/revolucao_liberal_porto.htm>acesso 07 set 2018
Imagem 1 disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_do_Brasil> acesso em 07 set 2018
Imagem 2 disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_do_Brasil> acesso em 07 set 2018
Imagem 3 disponível em:<https://rioantigo-imagensehistorias.blogspot.com/2016/06/rio-de-janeiro-1850-largo-do-paco.html>acesso em 07 set 2018
Imagem 4 disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_I_do_Brasil> acesso em 07 set 2018
Imagem 5 disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Leopoldina_de_%C3%81ustria>acesso em 07 set 2018
Imagem 6 disponível em:<http://www.monarquia.org.br/bandeirashistoricas.html>acesso em 07 set 2018



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