A MÁGICA DE SÃO LUÍS
Oh! Ilha querida
Das lendas e sobradões;
Da Mãe D’água, Currupiras,
Saci-pererê, Mula-sem-cabeça,
Mexendo com as emoções.
Das festas do Divino, danças de
São Gonçalo, Lelê, São Benedito,
Com o tambor de crioula.
Do urro do bumba-meu-boi.
Upaon-Açu, dos guerreiros, das
vitórias seculares, do milagre
da transformação da areia em pólvora...
são Luís, Atenas Brasileira.
Ilha do Amor
Capital Timbira,
Terra altaneira,
De grande fulgor.
São Luís do manuê, da canjica,
Da tiquira, da gengibirra...
Das ruas da Palma, Veado, Prazeres,
Do Sol, da Manga, Trapiche, Coqueiros.
Teus becos têm história.
Como as da Lapa, do Couto,
Do Burro, de tantas memórias.
Das fontes que guardam segredos,
A do Ribeirão, das Pedras, do Bispo.
Da serpente monstruosa,
Ou das águas límpidas que matam as sedes.
São Luís dos 44 graus, 18 minutos ao Oeste
De Greenwich,
Dos dois graus, 32 minutos ao sul do Equador,
Não a Jamaica Brasileira
Mas a São Luís terra de gente guerreira...
Eterna “Ilha do Amor”.
>>COELHO, Carlos Alberto Lima.
A cidade de São Luís (518 km2) ocupa a parte oeste da ilha de São Luís (905 km2), separada do continente pelo estreito dos Mosquitos (largura máxima: 150 metros), está situada entre as baias de São Marcos e de São José, que constituem o Golfão Maranhense.
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As palavras do poeta acima demonstram o carinho e orgulho de quem é ludovicense e conhece a incrível história da cidade. São Luís comemorou 406 anos no dia 08 de setembro desse ano. A sua riqueza histórica é fascinante: Invadida por franceses em 1612, disputada por holandeses e, finalmente retomada pelos portugueses.
Sobre esse aspecto, a culinarista maranhense Zelinda Lima, em sua obra "Pecados da Gula", afirma que o São Luís foi "descoberta" várias vezes. Por espanhóis, portugueses, franceses, holandeses... Para não falar em fenícios, cartagineses e egípcios. A colonização portuguesa começou com 500 soldados, funcionários administrativos e mulheres sob as ordens de Jerônimo de Albuquerque".
Conforme o IBGE, a população ludovicense no ano de 2018 é de 1.014.837 pessoas.
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A presença de brancos, índios e negros ao longo da história trouxe um legado cultural pela beleza única e marcante na cidade. No ano de 1997, a UNESCO reconheceu a importância desse patrimônio e houve o tombamento da cidade como Patrimônio Histórico.
De acordo com Cecília Londres “Patrimônio é tudo o que criamos, valorizamos e queremos preservar: são os monumentos e obras de arte, e também as festas, músicas e danças, os folguedos e as comidas, os saberes, fazeres e falares. Tudo enfim que produzimos com as mãos, as ideias e a fantasia”.
Dentro desse contexto, São Luís possui bens culturais materiais (também chamados de tangíveis) são paisagens naturais, objetos, edifícios, monumentos e documentos e bens culturais imateriais estão relacionados aos saberes, às habilidades, às crenças, às práticas, aos modos de ser das pessoas.
O Iphan trata de preservar o patrimônio cultural tanto de natureza material quanto imaterial. Dentro do Iphan, o Departamento do Patrimônio Imaterial, como já diz seu próprio nome, cuida da preservação dos bens culturais de natureza imaterial. Na preservação deste tipo de bem cultural importa cuidar dos processos e práticas, importa valorizar os saberes e os conhecimentos das pessoas.
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O Dossiê (UNESCO) descreve que o Centro Histórico de São Luís se estende por 79 hectares, reunindo cerca de 1.500 imóveis. É limitado pelo mar, pelas embocaduras dos rios Anil e Bacanga e pelo resto da cidade na sua área estadual tombada (141 hectares) não incluída no perímetro delimitado, que constitui uma zona tampão. A parte situada a oeste das ruas do Egito e Formosa constitui a parte mais antiga e a mais homogênea. Na parte da planície que avança no mar, encontra-se o núcleo da cidade, com o Palácio dos Leões (no local da fortaleza francesa), o Palácio La Ravardière (Prefeitura), a catedral e o antigo colégio dos jesuítas. A parte baixa, antiga Praia Grande transformada no final do século XVIII em porto, foi quase inteiramente restaurada em 1981-1982 e 1987-1989. A parte situada a leste da Rua do Egito é menos homogênea quanto à arquitetura (variações “equatoriais” dos estilos art-nouveau, art-deco sobre o tema neoclássico), mas respeita os traçados e a volumetria herdados do Plano de 1615.
Além disso, o Dossiê explica que o tombamento como monumento histórico federal e estadual protege o conjunto do centro histórico. A restauração e a revitalização são coordenadas pela Coordenadoria do Patrimônio Cultural (Diretoria do Patrimônio Cultural) e pelo Departamento de Projetos Especiais que é vinculado à Coordenadoria.
A área proposta para o reconhecimento da UNESCO corresponde ao Centro Histórico de São Luís stricto sensu, tal como se desenvolveu e se estabilizou entre 1615 e 1850, seguindo exatamente o plano regulador de 1615.
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Motivos pelos quais o São Luís é considerado como um bem cultural:
1. O Centro de São Luís é um exemplo excepcional de um tipo de arquitetura (colonial e pós-colonial) que utilizou dois modelos europeus (arquitetura “tradicional” portuguesa e neoclássica) e os adaptou ao clima equatorial e um exemplo excepcional de um momento chave da criação do Brasil (arquitetura e urbanismo da primeira metade do século XIX).
2. São Luís é a única cidade do mundo situada na proximidade imediata do equador (cf. Singapura, Libreville, Nairobi) que constitui um verdadeiro sucesso urbano antigo. Apenas Quito pode ser-lhe comparada, mas esta se encontra nas alturas dos Andes, enquanto São Luís está no nível do mar.
3. Conjunto frágil como todos os conjuntos urbanos que permanecem vivos e, portanto, submetidos à evolução das condições socioeconômicas.
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Abraço,
Jeiane Costa.
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Créditos especiais:
LIMA, Zelinda machado de Castro. Pecados da gula: comeres e beberes das gentes do Maranhão. 2ª edição. São Luis: Instituto Geia, 2012
Guia de Turistico de Sâo Luis. (Governo do Estado do Maranhão) Março de 2001
Site do IBGE. Disponível em:<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ma/sao-luis/panorama>Acesoo 17 set 2018
DOSSIE UNESCO Proposta de Inclusão do Centro Histórico de São Luís na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO. Disponível em:<http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Dossie%20SAO%20LUIS_pt.pdf> acesso, 17 set 2018
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Patrimônio Cultural Imaterial : para saber mais / Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ; texto e revisão de, Natália Guerra Brayner. -- 3. ed. -- Brasília, DF : Iphan, 2012. Disponivel em<http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/cartilha_1__parasabermais_web.pdf> acesso 17 set 2018
Ilustração - Jeiane Costa
Imagem 1 - Guia de Turistico de Sâo Luis. (Governo do Estado do Maranhão) Março de 2001
Imagem 2 a 3 - Ilustração por Jeiane Costa
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