segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Para LER e CURTIR: # Delícias do descobrimento



Imagem 1: capa do livro


Olá pessoas queridas!

Se você é uma pessoa apaixonada por gastronomia e gostaria de descobrir mais informações sobre o cardápio brasileiro no século XVI, sugerimos a leitura do livro "Delícias do descobrimento: a gastronomia brasileira no século XVI”. Essa obra foi escrita por Sheila Moura Hue, (doutora em literatura portuguesa pela PUC-Rio, co-autora da edição comentada de A primeira história do Brasil, de Pero de Magalhães de Gândavo), com a colaboração de Ângelo Augusto e Ronaldo Menegaz.


Publicado no ano de 2009, o livro apresenta a descrição de plantas e animais, nativos ou  “importados”, registrados pelos autores que escreveram sobre o Brasil então. Cronistas como os missionários da Companhia de Jesus, o aventureiro alemão Hans Staden e o senhor de engenho português Gabriel Soares de Sousa, que, entre o assombro e o maravilhamento, nos legaram esse curioso viés de nossa história.

Essa obra inclui algumas citações dos textos quinhentistas, cento e cinquenta (150) ilustrações da época retratando a temática e cerca de quarenta (40) receitas, originais ou adaptadas, de livros dos séculos XVI e XVII.


Imagem 2: família de indígenas e alimento



Segue abaixo uma citação encontrada no livro de Jean de Léry e em seguida uma receita, citadas pela autora:


continuando a descrição das árvores do Brasil, mencionarei a sabucaié, que dá um fruto do tamanho de dois punhos juntos; formado à feição de uma traça, neles se encerram pequenos caroços como amêndoas e quase com o mesmo gosto. A casca desse fruto, que julgo ser o coco da Índia, é utilizada para fazer vasos que, torneados e bem trabalhados, são encastoados de prata cá na Europa. Um certo Pedro Bourdon, excelente torneiro, fez, quando estávamos no Brasil, lindos vasos e outros utensílios tanto com os frutos da sabucaié como com madeiras de cor, tendo presenteado Villegagnon com alguns deles”.

Jean de Léry

Ilustração 1: Sapucaia


A fruta que Jean se refere é a Sapucaia, descrita por quase todos os cronistas da época. Ela impressionava principalmente pelo tamanho e formato da cabaça, e pela maneira como os frutos se dispõem dentro dela.

Os “vasos”, parecidos com “jarras da Índia, fechados com delicadas e esculpidas tampas, maravilhavam os europeus, por mais parecem feitos “por artifício de indústria humana” do que criados pela natureza.

Quando o fruto cai no chão, a bem talhada tampa desprende-se, e dentro da cabaça os viajantes e colonos encontravam “dez ou onze repartimentos e em cada um uma fruta tamanha como uma castanha de Espanha”.

Muito antes de a culinária brasileira descobrir a castanha do pará, os colonos e viajantes do Brasil quinhentista se deliciavam com as castanhas de sapucaia, considerados nozes de alto valor nutricional.

(informações extraídas das páginas 39, 40)








Receita



Ilustração 2: goiaba


MARMELADA DE GOIABA

Para dois quilos de goiaba, usem dois quilos e meio de açúcar.
Cozinhem as goiabas inteiras, só na água, abafando-as bem. A seguir descasquem-nas, cortem-nas em pedaços, passando-as então por uma peneira fina.
Pode-se também descascar as goiabas antes de leva-las ao fogo e, nesse caso, serão cozidas com um pouco mais de açúcar e passadas depois pela peneira.
Façam uma calda em ponto de espelho, adicionem-lhe um pouco de água-de-flor, deitem dentro as goiabas passadas pela peneira e misturem tudo muito bem, fora do fogo. Levem novamente o tacho ao fogo e mexam a marmelada até que se desapegue do fundo.

Adaptado do livro de cozinheira da infanta d. Maria 



 Se você gostou dessa postagem, deixe seu comentário abaixo, compartilhe com seus amigos e  inscreva-se aqui, pois assim você receberá notificações de novas postagens. Até a próxima.
Abraço, 
                                                                                                                        


                                                                                                                           Jeiane Costa.
e-mail: jeianecosta.novel@outlook.com
Instagram: meioaspalavras
Twitter: https://twitter.com/Meioaspalavras


www.portalolhardinamico.com.br

Você também pode gostar de ler:



Créditos especiais:
HUE, Sheila Moura. Delícias do descobrimento: a gastronomia brasileira no século XVI. com colaboração de Ângelo Augusto dos Santos e Ronaldo Menegaz. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. ed., 2008.
Imagem 1: capa do livro
imagem 2: disponível em:<https://maryandyblog.wordpress.com/2016/09/> acesso: 20 ago 2018
ilustração 1 e 2: disponível no livro delícias do descobrimento






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Romance expõe os desafios do escritor durante o processo de construção de um livro

“Escrever um livro é uma arte, uma poesia. É muito mais que jogar palavras ao papel aleatoriamente ou usar o a...