Imagem 1: capa do livro
Olá pessoas queridas!
Se você é uma pessoa apaixonada por gastronomia e gostaria de descobrir mais informações sobre o cardápio brasileiro no século XVI, sugerimos a leitura do livro "Delícias do descobrimento: a gastronomia brasileira no século XVI”. Essa obra foi escrita por Sheila Moura Hue, (doutora em literatura portuguesa pela PUC-Rio, co-autora da edição comentada de A primeira história do Brasil, de Pero de Magalhães de Gândavo), com a colaboração de Ângelo Augusto e Ronaldo Menegaz.
Publicado no ano de 2009, o livro apresenta a
descrição de plantas e animais, nativos ou
“importados”, registrados pelos autores que escreveram sobre o Brasil então.
Cronistas como os missionários da Companhia de Jesus, o aventureiro alemão Hans
Staden e o senhor de engenho português Gabriel Soares de Sousa, que, entre o
assombro e o maravilhamento, nos legaram esse curioso viés de nossa história.
Essa obra inclui algumas citações dos textos quinhentistas,
cento e cinquenta (150) ilustrações da época retratando a temática e cerca de
quarenta (40) receitas, originais ou adaptadas, de livros dos séculos XVI e
XVII.
Imagem 2: família de indígenas e alimento
Segue abaixo uma citação encontrada no livro de Jean de Léry e em seguida uma
receita, citadas pela autora:
“continuando a descrição das árvores do
Brasil, mencionarei a sabucaié, que dá um fruto do tamanho de dois punhos
juntos; formado à feição de uma traça, neles se encerram pequenos caroços como
amêndoas e quase com o mesmo gosto. A casca desse fruto, que julgo ser o coco
da Índia, é utilizada para fazer vasos que, torneados e bem trabalhados, são
encastoados de prata cá na Europa. Um certo Pedro Bourdon, excelente torneiro,
fez, quando estávamos no Brasil, lindos vasos e outros utensílios tanto com os
frutos da sabucaié como com madeiras de cor, tendo presenteado Villegagnon com
alguns deles”.
Jean de Léry
Ilustração 1: Sapucaia
A fruta que Jean se refere é a Sapucaia,
descrita por quase todos os cronistas da época. Ela impressionava
principalmente pelo tamanho e formato da cabaça, e pela maneira como os frutos
se dispõem dentro dela.
Os “vasos”, parecidos com “jarras da Índia,
fechados com delicadas e esculpidas tampas, maravilhavam os europeus, por mais
parecem feitos “por artifício de indústria humana” do que criados pela
natureza.
Quando o fruto cai no chão, a bem talhada
tampa desprende-se, e dentro da cabaça os viajantes e colonos encontravam “dez
ou onze repartimentos e em cada um uma fruta tamanha como uma castanha de
Espanha”.
Muito antes de a culinária brasileira
descobrir a castanha do pará, os colonos e viajantes do Brasil quinhentista se
deliciavam com as castanhas de sapucaia, considerados nozes de alto valor
nutricional.
(informações extraídas das páginas 39, 40)
Receita
Ilustração 2: goiaba
MARMELADA DE GOIABA
Para dois quilos de goiaba, usem dois quilos e meio de açúcar.
Cozinhem as goiabas inteiras, só na água, abafando-as bem. A
seguir descasquem-nas, cortem-nas em pedaços, passando-as então por uma peneira
fina.
Pode-se também descascar as goiabas antes de leva-las ao
fogo e, nesse caso, serão cozidas com um pouco mais de açúcar e passadas depois
pela peneira.
Façam uma calda em ponto de espelho, adicionem-lhe um pouco
de água-de-flor, deitem dentro as goiabas passadas pela peneira e misturem tudo
muito bem, fora do fogo. Levem novamente o tacho ao fogo e mexam a marmelada
até que se desapegue do fundo.
Adaptado do livro de cozinheira da
infanta d. Maria
Abraço,
Jeiane Costa.
e-mail: jeianecosta.novel@outlook.com
Instagram: meioaspalavras
Twitter: https://twitter.com/Meioaspalavras
www.portalolhardinamico.com.br
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Créditos especiais:
HUE, Sheila Moura. Delícias do descobrimento: a gastronomia brasileira no século XVI. com colaboração de Ângelo Augusto dos Santos e Ronaldo Menegaz. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. ed., 2008.
Imagem 1: capa do livro
imagem 2: disponível em:<https://maryandyblog.wordpress.com/2016/09/> acesso: 20 ago 2018
ilustração 1 e 2: disponível no livro delícias do descobrimento
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