Olá pessoas queridas!
Vamos falar sobre gastronomia?
A importância do alimento para o homem
vai além do mero instinto de sobrevivência. Entre outros aspectos, os hábitos
alimentares têm raízes profundas na identidade cultural do indivíduo. Assim, é
possível identificar a identidade de pessoas e/ou de grupos sociais por meio da
culinária: na seleção dos alimentos, o modo de preparo e a maneira de consumo.
Para
DaMatta (1986) essa identificação vale tanto para indicar o ato universal de
alimentar-se quanto para definir e marcar identidades pessoais e grupais,
estilos regionais e nacionais de ser, fazer, estar e viver. O autor defende a
ideia de que a comida define as pessoas e, também, as relações que as pessoas
mantêm entre si. Essa colocação explica a expressão usada pelos brasileiros de
“sentir saudade” de certas comidas.
A questão da identidade é algo
significativo. “saber quem somos e como somos. Sobretudo quando nos damos conta
de que o homem se distingue dos animais por ter a capacidade de se identificar,
justificar e singularizar: de saber quem ele é. Se constrói uma
identidade por meio de uma multidão de experiências dada a todos os homens e
sociedades, algumas necessárias à própria sobrevivência como comer, dormir,
morrer, reproduzir-se, etc. A palavra cultura exprime precisamente um
estilo, um modo e um jeito de fazer as coisas”.
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Burity (2014) afirma que dentre as
manifestações da cultura que contém um significado identificável por pessoas
inseridas em um grupo a culinária tem forte representação do cotidiano humano,
rica em significado e significante, pois pertence a um grupo que a reconhece
como tal, por exemplo, a associação do acarajé à culinária baiana e o churrasco
ao gaúcho.
Cascudo (1983) diz que “as
predileções alimentares se constroem a partir de uma complexa trama entre norma
de uso e respeito à tradição”. Assim, nossas preferencias e escolhas culinárias
não se relacionam com as funções nutricionais dos alimentos, e sim, estão
fundamentados na absorção de paradigmas que envolvem as dimensões ética,
estética e dietética.
Dessa maneira, outro aspecto a ser
considerado são as tradições alimentares. Para Wainberg (2003 p.67),
”Identidades são construções imaginadas e seu acesso a elas reguladas pela
tradição e o costume”.
De acordo com Fernandes e Arrnesto
(2004) A alimentação humana é rica em tradição. É envolta em adornos elegantes,
costumes e tabus. “Não comemos com nossos dentes e não ingerimos com nosso
estômago, comemos com nosso espirito, degustamos segundo as normas culturais”
(Moulin, 1975).
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Mendes
(2014) afirma que A tradição, a história, os sabores, as técnicas e as práticas
culinárias somadas são geradores da formação das culturas regionais. Nesse
sentido, Beluzzo (2004) acredita que há uma tendência das sociedades à
valorização patrimonial de sua cozinha, bem como o resgate da culinária
tradicional em várias partes do mundo, ocorrendo, então, a revalorização das
raízes culturais.
Em
todo Brasil os costumes e seus valores são bem demonstrados, inclusive na
gastronomia, permitindo assim a evidência da grande mistura de povos. Sobre esse
aspecto, todos estados buscam resgatar as suas culturas, para não deixar morrer
algumas receitas tradicionais. Muitas cidades têm os seus pratos típicos que
surgiram dos costumes dos índios, dos negros e dos portugueses, e que até a
atualidade se esforçam para manter a tradição e valorização dos costumes, em
outras palavras, a preservação da identidade cultural.
No Maranhão, essa demonstração de costumes e
valores é bem marcante na gastronomia que está presente tanto no cotidiano dos
maranhenses quanto nas festas tradicionais e nos festejos religiosos.
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Abraço,
Jeiane Costa.
jeianecosta.novel@outlook.com
www.portalolhardinamico.com.br
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Créditos especiais:
ABREU, Edeli Simoni de Abreu; VIANA, Isabel Cristina; MORENO, Rosymaura Baena; TORRES, Elizabeth Aparecida Ferraz da Silva. [artigo] Alimentação mundial – uma reflexão sobre a história. Saude soc. Vol. 10 nº2 São Paulo. Aug./Dec.2001
BRAGA, Vivian. [artigo] cultura alimentar: contribuições da antropologia da alimentação. Saúde em revista. Disponivel em:<www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/saude13art05.pdf>. Acesso jun 2015
BURITY, Ana Leticia. [dissertação] Culinária maranhense: a Identidade Alimentar na capital do Maranhão sob o olhar dos frequentadores das áreas turísticas. 2014.
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LACROIX, Maria de Lourdes Lauande. A Fundação Francesa de São Luis e seus mitos.
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MONTANARI, Massimo. Comida como cultura. Tradução de Leticia Martins de Andrade. São Paulo: Senac São Paulo, 2008
Imagem 2 disponivel em:http://culturabc.com.br/2016/02/27/atencao-artesaos-e-produtores-de-alimentos-com-identidade-cultural/> acesso em 28 out 2017
imagem 3. disponiel em:<http://sindrio.com.br/2016/10/10/ii-seminario-gastronomia-como-cultura/> acesso 28 out 2017
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