Ilustração 1
Olá pessoas queridas!
O Estado do Maranhão possui uma das culinárias mais ricas em sabores, aromas, cores e em sua história. Esse resultado é reflexo da gastronomia brasileira que, entre outros fatores, é a consequência da fusão aculturada de hábitos alimentares de diferentes grupos como o índio, o negro, o português, o francês, os árabes e os nordestinos.
Confira!
Para Carvalho, (2014) era notória a presença de franceses na Costa Norte do Brasil nos fins do
século XVI e início do século XVII. Segundo ele, a frota francesa saiu do porto
de Cancale em 19 de março e aportaram
no litoral do Maranhão no dia 26 de junho de 1612, onde ancoraram os três
navios da frota na pequena Ilha, a qual deram o nome de Ilha de Santa Ana, em
frente da Ilha Grande, chamada pelos nativos de UPAON-AÇU.
Apesar de
conseguirem chegar à Ilha Grande, sua tentativa de conquista da área foi
frustrada, pois no ano de 1615 os franceses acabaram sendo expulsos no Maranhão
pelos portugueses. Os franceses saíram sem abdicar
pela apropriação de um pedaço de terra na América do Sul, alvo que conseguiram
fixando-se na Guiana, fronteira com o Brasil.
Ilustração 2
Do ponto de
vista gastronômico, no entanto, seu feito foi glorioso, pois, apesar da breve
permanência na Ilha Grande, os franceses documentaram detalhadamente sua
expedição. Segundo Cavalcanti (2007), “enquanto estiveram por aqui, comeram do
bom e do melhor, explorando com método, gosto e uma maravilhosa ausência de
preconceitos os recursos culinários da região. (...) não perdoaram sequer o
sapo-cururu. ‘sua carne é incrivelmente branca e de bom paladar’ – anotou o
frade d’Abville –‘vi muitos Fidalgos comerem-na com grande apetite’”.
Entre os anos
1780 e 1820, a Capitania do Maranhão experimentou uma posição ímpar no cenário
econômico brasileiro. Jerônimo Viveiro afirmou que a riqueza trouxe uma
elevação cultural e consequentemente modificações da sociedade maranhense.
Ilustração 3
Segundo Lacroix,
de imediato, houve uma reação às ideias advindas do movimento revolucionário
francês. Em seguida, adquiriu-se o modelo de ensino francês, os costumes
patriarcais da Província foram se modificando, o vestuário se transformou, adquiriu-se
palavras francesas ao vocabulário, etc.
Toda essa
influência abrangeu a culinária. Sobre esse aspecto, Lacroix afirma que o
pesquisador João Lisboa comparou as antigas barracas de toldos de lona,
fornecedoras de alimentos suculentos e abundantes, como costeletas, lombinho de
porco, torta de camarão, peixe guisado e escabeche, com uma triste e solitária
barraca instalada no largo dos Remédios, atendendo à
Nossa progressiva e refinada civilização que baniu
esses focos de indigestão e borracheiras, e não sofre mais do que doces leves e
delicados, as queijadas, os bolinhos de amor, os pães-de-ló de macaxeira,
canudinhos, capelinhas, rebuçados, melindres e suspiros. A que todo o mundo se
atira...(LISBOA, op. Cit., p. 289)
Lacroix ainda descreve que no cotidiano
comumente usava-se bandejas de prata ou de faience
o xerez para servir, o madeira, o champanhe de ouro ou de purpura, tócai, o
lagrima cristi, a ambrosia, as capelas, trouxas de ovos, o leite creme, hatchis
oriental à monte Cristo, os sorvetes gelados do Ocidente, o néctar dos deuses.
Nada faltava nos casarões e era servido com a graça, presteza e ordem, ditadas
pelas boas maneiras europeias.
Ilustração 4
Logo, acredita-se que as
influencias que a gastronomia maranhense sofreu dos franceses foi de maneira
indireta, apenas uma consequência do desejo dos maranhenses em manter viva essa
singularidade, cultivando a ideia de que o Estado do Maranhão foi fundado e não
invadido pelos franceses ao contrario do que relata a historia das outras
cidades brasileiras.
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Abraço,
Jeiane Costa.
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Créditos especiais:
CARVALHO, João Renôr Ferreira de. Ação e presença dos portugueses na Costa Norte do Brasil no século XVII – a guerra do maranhão. Teresina: EDUFPI, e Ethos Editora, 2014.
CAVALCANTI, Pedro. A pátria nas panelas: historias e receitas da cozinha brasileira. São Paulo: ed. Senac São Paulo, 2007
LIMA, Zelinda Machado de Castro. Pecados da gula: comeres e beberes das gentes do Maranhão. 2 ed. Amp. – São Luis: instituto Geia, 2012
GASTRONOMIA MARANHENSE: influências geográficas e étnico-culturais. Amanda Sousa Silva Orientadora: Profª. Ms. Marilene Sabino Bezerra.
LACROIX,Maria de Lourdes Lauande. A Fundação Francesa de São Luis e seus mitos.
Ilustrações: Jeiane Costa
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