Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Esses famosos versos tão bem escrito pelo
poeta maranhense Gonçalves Dias no ano de 1846, expressa o sentimento de
orgulho - que o tempo não é capaz de apagar - de nós ludovicenses em relação à
nossa bela cidade.
É com esse sentimento que vos trago hoje um
pouco mais da história desse lugar:
Del Priore (2016) em sua obra “Histórias da gente
brasileira: vol. 2 Império” conta que em 1845 um jovem pastor norte-americano
publicou um livro sobre suas andanças pelas províncias do Norte de Nordeste: Reminiscências de viagens e permanência no
Brasil.
Com o objetivo de levar a palavra cristã e
difundir a Bíblia no Brasil através da Sociedade Bíblica Americana, Daniel Kidder percorreu
o seguinte percurso resumidamente antes de sua chegada à São Luís: desembarcou em Salvador no
ano de 1839.
Percorreu ruas estreitas, cortadas por esgotos, que considerou “asquerosamente imundas”. Em Alagoas, encontrou crianças alforriadas nuas correndo alegremente, vestindo apenas sapatos. Naquela época, estar calçado era símbolo de liberdade!
Percorreu ruas estreitas, cortadas por esgotos, que considerou “asquerosamente imundas”. Em Alagoas, encontrou crianças alforriadas nuas correndo alegremente, vestindo apenas sapatos. Naquela época, estar calçado era símbolo de liberdade!
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Depois, embarcou para Pernambuco. Obrigado a ancorar fora dos arrecifes, foi levado para a cidade numa pequena embarcação. A cidade
lhe pareceu singular: seus prédios muito mais altos dos que vira em outras
capitais, eram originais. Passou por Olinda, a antiga capital. Nessa época,
arruinada, suas casas exibiam janelas partidas. Pelas ruas, crianças brincavam
nuas.
Kidder foi a Recife – Terceira capital do
Brasil – e lá se surpreendeu com a existência de um liceu, duas escolas de
latim e sete primarias. Havia a circulação de três jornais diários e de três
periódicos. A Biblioteca Pública possuía um acervo com 10 mil volumes, a
maioria em francês, além de manuscritos valiosos.
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Ao chegar a Paraíba, andou de jangada, dormiu
em rede, viu as supostas pegadas de São Tomé, que teria visitado o Brasil, e
acompanhou o desembarque de africanos de um navio negreiro.
No Ceará, Kidder se impressionou com o plano
da cidade de Fortaleza com avenidas largas e praças amplas. Sua única igreja
era a de Nossa Senhora dos Remédios. Embarcado num vapor, Kidder se dirigiu ao
Piauí, cuja área costeira descreveu como imensas planuras ideais para a
pastagem de rebanhos bovinos.
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As casas lhe pareciam limpas e bonitas. Em pedra
e cal, taipa ou soque, tinham apenas um andar; o térreo era aproveitado para o
comércio. No piso superior, balcões de ferro se abriam para a rua e a fresca da
noite.
Del Priore (2016) cita ainda que a casa do coronel Joé
Gomes de Souza, próspero plantador de algodão, chamava a atenção pelas obras de
cantaria e os azulejos coloridos. Nas áreas mais baixas, e distantes do porto,
em ruas como a do Açougue ou a dos Covões, medravam as casas de menos valor, “os
quartos de casa” e até casebres, cobertos com pindoba – um tipo de palmeira e
taipa de vara -, de aparência humilde e triste”.
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Havia treze igrejas, três mosteiros, um
recolhimento para educandas e seis hospitais atendiam à população. São Luís era
bem servida de escolas: contava com um liceu, uma escola de latim, duas escolas
primárias masculinas e duas feminina, quatro escolas particulares e um
seminário.
As disciplinas ensinadas eram sete: Grego e
Latim, Inglês e Francês, História e Geografia, Retórica, Filosofia, Geometria e
Desenho. Certa Tipografia da Temperança, um dos quatro prelos existentes na
cidade, imprimia muitas publicações de distribuição gratuita.
Banhada por muitos rios, Priore (2016) lembra
que a província se achava coberta por extensas florestas onde não faltavam
madeiras caras e plantas medicinais. Bananas e abacaxis eram abundantes, e a
riqueza mineral ainda não tinha sido explorada: ferro, antimônio e chumbo
dormiam sob o solo.
Nas fazendas do interior, multiplicavam-se
rebanhos de carneiros, o gado bovino e cavalar. No varadouro, onde se estendia
o mercado em praça aberta, os comerciantes se reuniam para efetuar transações. Grandes
armazéns de algodão, muitos com prensas para enfadamento, de construção rustica
e manual, faziam Kidder interrogar-se sobre “a flagrante afronta aos
melhoramentos haviam em outros países”.
Para Kidder, o Império estava atrasado...
Daniel deixou o Brasil no ano de 1842, depois de enterrar sua esposa Cinthia, de apenas 22 anos. Nos Estados Unidos teve importante atuação como pastor e secretário das escolas dominicais metodista. Faleceu no ano de 1891 em Evanston, cidadezinha próxima a Chicago.
Daniel deixou o Brasil no ano de 1842, depois de enterrar sua esposa Cinthia, de apenas 22 anos. Nos Estados Unidos teve importante atuação como pastor e secretário das escolas dominicais metodista. Faleceu no ano de 1891 em Evanston, cidadezinha próxima a Chicago.
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Abraço,
Jeiane Costa.
jeianecosta.novel@outlook.com
www.portalolhardinamico.com.br
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Créditos especiais:
DEL PRIORE, Mary . História da gente brasileira: volume 2: Império - São Paulo: Le ya, 2016
Imagem 1: Hospice de N. S. da Piudade a Bahia. Por Louis-Julien Jacottet.
Ilustração azulejos coloniais: Jeiane Costa
Ilustração azulejos coloniais: Jeiane Costa
Imagem 2: Rua da Cruz. Por Luis Schlappriz
Imagem 3: cartão-postal datado 1855 mostra uma vista a partir da rua Portugal das ruas Estrela e Largo do Comercio
Imagem 4:Catedral de São Luis do Maranhão, 1860. Por Bernard Lemecier
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