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Olá pessoas queridas!
Hoje é uma data muito importante para os Maranhenses, pois é o aniversário da capital do estado. Em comemoração a esse dia especial, contaremos aqui um pouco da história da fundação de São Luis.
O ludovicense cultiva o orgulho do seu
passado. Tem o hábito de contar para o resto do Brasil que sua cidade é
diferente dos outros estados brasileiros. Cita com o peito estufado a existência
dos poetas e literatos. Confirma essa particularidade através do translado da
fundação de São Luís das mãos portuguesas para as francesas, inversamente à
história das outras cidades brasileiras.
Será que São
Luís realmente foi fundada pelos franceses?
A historiadora Lacroix conta em sua obra, A fundação francesa de São Luís e seus mitos como
tudo aconteceu. Convidamos você para descobrir essa história, Confira!
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Os portugueses no século XVI estavam ausentes
dessas terras, devido as fracassadas expedições que sempre terminavam em
frustrantes naufrágios. Por outro lado, nesse período há registro de que
piratas franceses frequentavam o litoral maranhense.
Henrique IV conhecedor da importância de uma colônia
no Norte do Brasil, enviou Daniel de La Touche, senhor de La Ravardière,
François de Razilly e Nicholas de Harley para o litoral maranhense a fim de
averiguar as vantagens oferecidas por esse território. Chegaram no golfão maranhense
em 26 de julho de 1612. Fundearam uma ilha
menor e após confirmada a receptividade nativa, trataram de passar para a Ilha
Grande. A Upaon-Açu.
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Na Upaon-Açu, os nativos e franceses fizeram
acomodações de palhoças para parte da esquadra enquanto o outro grupo de dez ou
doze franceses preferiram residir nas aldeias. Aconteceu também os preparativos
necessários para a realização da cerimonia religiosa, costumeira à chegada em
terra desabitada.
Em seguida,
escolheram um lugar estratégico, com a visão para os dois braços dos rios que
circundam a Ilha, a ponta de um rochedo inacessível e mais elevado que todos os
outros e nomearam de Forte de Saint-Louis, em homenagem a Luis XIII. Além
disso, Os franceses construíram algumas choupanas para residência, levantaram
um grande armazém para depósito de toda carga.
Esse lugar escolhido para se instalarem,
atualmente corresponde à avenida D. Pedro II e adjacências, centro dos atuais
poderes Executivo e Judiciário maranhense, além do Legislativo, na atual Rua do
Egito.
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Em junho de 1613, Daniel de La Touche retornou às pressas depois
da notícia do aparecimento na Ilha-Grande da nau portuguesa Santa Catarina, com
vinte e cinco soldados e sete indígenas. Os recém-chegados
desembarcaram no porto do Cahur, atearam fogo
num armazém e deixaram um letreiro avisando da chegada do
capitão Martin Soares Moreno, por ordem do rei de Portugal.
Percebendo o perigo ibérico, os franceses trataram de melhorar
suas defesas, colocando dois canhões nas barreiras do Itapari e do
Cahur, fortificando, assim, a parte oriental da
Ilha. também solicitaram reforços da França, não sendo
imediatamente atendidos.
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Em 26 de outubro de 1614, os portugueses chegaram à foz do rio
Periá onde construíram o forte de Santa Maria. Algumas escaramuças
antecederam a batalha de Guaxenduba, travada no fatídico dia 19 de
novembro de 1614, com a aparentemente inexplicável derrota dos
franceses, apesar de seus sete navios, quarenta e seis canoas, mais
de trezentos franceses e cerca de dois mil índios sob comando
do próprio La Ravardière.
Ocupado o Forte Saint Louis, assim como toda a região, deu-se a
reintegração do Maranhão aos lusitanos, no dia 2 de novembro de 1615.
Reintegração precedida da reconquista, selada pelo documento de trégua assinado
pelos dois comandantes beligerantes, a 27 de novembro de 1614, ocasião em que
Jerônimo de Albuquerque acrescentou o agnome de Maranhão.
Sobre
a herança francesa
Será
que o curto espaço de três anos de permanência da expedição francesa no
maranhão deixou marcas em São Luís?
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Conforme
Lacroix, a resposta é negativa. Especialmente porque depois da derrota (19 de
novembro de 1614) até o retorno da nau Regente com a maior parte dos vencidos, os
gauleses ficaram a espera, nada acrescendo suas realizações.
Assim, os únicos sinais
de ocupação francesa são: o local onde aportaram a construção da
cidade de São Luis; as improvisadas capelas, melhoradas
pelos missionários portugueses e
tornadas núcleos religiosos, perdurados até nossos dias; e o
nome do Forte de São Luis, transposto pelos portugueses para a cidade.
A França Equinocial foi uma frustrada tentativa francesa de
instituir uma colônia no norte do Brasil, cuja extensão não se
resumiria a Ilha do Maranhão: havia um reconhecimento do continente até o
Amazonas.
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Embora os franceses tenham sido considerados
invasores e não fundadores, a partir do século XX, a afirmação de que São Luis
foi fundada pelos franceses foi dita e repetida com certo orgulho pela elite
ludovicense.
Após a saída dos franceses, as primeiras
providencias lusitanas para a fundação da nova Colônia foram a
organização física e institucional da cidade de São Luis.
Em 1621 foi criada a Câmara Municipal, com
as funções legislativa, administrativa e politica, exercidas por
dois vereadores, dois juízes e um procurador. Terras
foram distribuídas aos povoadores e doado antigo sítio, hoje Rua do
Egito, à Ordem Carmelita. Estava criado o Estado do Maranhão, conforme a Carta Régia de 4 de maio de 1617 por Felipe III, de Espanha e II, de Portugal.
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Nos dois anos de governo, Jerônimo de
Albuquerque Maranhão remodelou o forte, antes Saint Louis, agora de São Felipe,
terminou as obras do Forte São Francisco, arruou a cidade de acordo com sua
primeira planta, instalou uma olaria para cobrir de telhas as casas, iniciou a
construção de um prédio maior para a residência dos capitães-mores, depois a casa dos governadores, o Palácio dos
Leões.
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Abraço,
Jeiane Costa.
e-mail: jeianecosta.novel@outlook.com
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Créditos especiais:
Fonte: LACROIX, Maria de Lourdes. A fundação francesa de São Luis e seus mitos.
Imagem 1: Rua no centro histórico de São Luis. Fotografia: Raimundo Nonato Costa
Imagem 2: mapa com a localização de São Luis (Upaon-Açu)
Imagem 3: vista do Forte de Saint-Louis. Fotografia: Raimundo Nonato Costa
Imagem 4: Prefeitura de São Luis, localizada na av. D. Pedro II. Fotografia: Raimundo Nonato Costa
Imagem 5: vista do Forte de Saint-Louis. Fotografia: Raimundo Nonato Costa
Imagem 6: Rua do Giz. Fotografia: Raimundo Nonato Costa
Imagem 7: Casa com Lustre no Centro histórico. Fotografia: Raimundo Nonato Costa
Imagem 8: Rua João Lisboa. Fotografia: Raimundo Nonato Costa
Imagem 9: Palacio dos Leões. Fotografia: Raimundo Nonato Costa
É muito bom lembrar um pouco da nossa história e saber que tem pessoas que dedicam um pouco do seu tempo para descrever sobre os acontecimentos que a fizeram ser o que é hoje!
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